quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
































Um jovem que hoje queira ingressar na profissão de radialista tem o caminho completamente barrado. E nem é à entrada. A impossibilidade situa-se muitíssimo mais longe dos estúdios. A começar pelo ensino.
O actual sistema de ensino não forma profissionais de Rádio. Aliás, nunca formou. Ninguém sai da Universidade a saber fazer Rádio. Aprender-se-á a teoria que se aprender, sim. Acumulem-se as teorias todas que se acumularem e somem-se os graus académicos que se somarem uns aos outros, a grande verdade é que só se aprende a fazer Rádio fazendo-a.
Cada vez há menos rádios locais onde se pode aprender, cometendo os inevitáveis erros de aprendizagem, sem graves punições ou crucificações em público. É impossível aprender a andar de bicicleta sem cair repetidas vezes.
As estações de maior dimensão não formam. Essa cultura empresarial é inexistente entre nós. Tão pouco estão criadas as condições para que tal aconteça. Já não há nem mestres nem discípulos. Os mais velhos, ciosos do seu estatuto alicerçado na velha máxima a idade é um posto, estão na primeira fila do pelotão de fuzilamento de novos talentos. Os supostamente "mestres de ofício" não delegam conhecimento nem saberes que detêm. A passagem de testemunho é uma utopia e o saber de experiência feito morrerá com eles.
A realidade está aí a mostrar-nos o que é a Rádio todos os dias. E a mostrar-nos também, de modo evidente, que os alunos que têm experiência profissional são os melhores entre os estudantes de cursos de Comunicação Social.



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