segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Bossa Nova – 50 Anos 50 Clássicos (41)











Dorival Caymmi escreveu esta canção em 1945. João Gilberto Gravou-a no dia 1 de Abril de 1960. É um dos mais antigos clássicos da Bossa Nova. De novo em palco Mestre e Discípulo. Ao vivo em Buenos Aires no ano 2000 - quarenta anos depois de ter gravado esta canção - João Gilberto canta e toca “Doralice” acompanhado por Caetano Veloso. Dorival Caymmi nasceu em 1914 e morreu no Verão deste ano. Entrou na música por acaso e as suas composições pautam-se pela extrema simplicidade. Assinou grandes clássicos, como por exemplo “Saudade da Bahia”, “Saudades de Itapoã” ou “Maracangalha”. Há uma praça em Itapoã com o seu nome e também uma avenida em Salvador da Bahia.

Crónica que deveria estar a passar na Rádio. Não passa na Rádio, mas passa aqui durante cinquenta dias até ao fim do ano. Texto inicialmente escrito para Rádio adaptado para leitura on-line.



DORALICE
(Dorival Caymmi/Antonio Almeida)

Doralice eu bem que lhe disse
Amar é tolice
É bobagem, ilusão
Eu prefiro viver tão sozinho
Ao som do lamento do meu violão

Doralice eu bem que lhe disse
Olha essa embrulhada
Em que vou me meter
Agora amor
Doralice meu bem
Como é que nos vamos fazer?

Um belo dia você me surgiu
Eu quis fugir mas você insistiu
Alguma coisa bem que andava me avisando
Até parece que eu estava adivinhando

Eu bem que não queria me casar contigo
Bem que não queria enfrentar esse perigo
Doralice
Agora você tem que me dizer
Como é que nós vamos fazer?



LÁ VEM A BAIANA
(Dorival Caymmi)

Lá vem a baiana
De saia rodada, sandália bordada
Vem me convidar para dançar
Mas eu não vou
Lá vem a baiana
Coberta de contas, pisando nas pontas
Achando que eu sou o seu iôiô
Mas eu não vou
Lá vem a baiana
Mostrando os encantos, falando dos santos
Dizendo que é filha do senhor do Bonfim
Mas, para cima de mim?!
Pode jogar seu quebranto que eu não vou
Pode invocar o seu santo que eu não vou
Pode esperar sentada, baiana, que eu não vou
Não vou porque não posso resistir à tentação
Se ela sambar
Eu vou sofrer
Esse diabo sambando é mais mulher
E se eu deixar ela faz o que bem quer
Não vou, não vou, não vou
Nem amarrado porque eu sei
Hum hum hum hum hum hum...



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