quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Bossa Nova – 50 Anos 50 Clássicos (11)










De todos os compositores – e foram muitos – da fase inicial da Bossa Nova, os que mais se destacam são António Carlos Jobim e Vinicius de Moraes. A qualidade e o talento dos dois é tão importante para a música brasileira como a dupla de Lennon/McCartney para a música anglo-saxónica. Com o passar dos anos, já na década de 70, Vinícius ruma a outros e novos desafios e forma uma outra dupla, com Toquinho. Não é mais da Bossa Nova a arte de Vinicius, poeta e constante reinventor de estilos. Jobim torna-se maestro e João Gilberto – o maior intérprete do estilo – nunca abandona a Bossa Nova, embora fosse progressivamente saindo de cena sem, contudo, ter saído completamente. Ainda hoje realiza actuações ao vivo, mas são aparições muito raras. Há anos cancelou dois espectáculos que estavam previstos para Portugal. Curiosamente, os três maiores nomes de toda a história de meio-século de Bossa Nova, apenas actuaram juntos uma única vez, em Agosto de 1962.
Voltando à dupla clássica da Bossa Nova: “O Amor Em Paz” é outra das grandes composições de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.

O amor é a coisa mais triste quando se desfaz
Palavras fundas, plenas de significado e autenticidade.
O tema foi gravado por João Gilberto no dia 16 de Agosto de 1961.

Crónica que deveria estar a passar na Rádio. Não passa na Rádio, mas passa aqui durante cinquenta dias até ao fim do ano. Texto inicialmente escrito para Rádio adaptado para leitura on-line.

O AMOR EM PAZ
(Tom Jobim / Vinicius de Moraes)

Eu amei
E amei-a de mim muito mais
Do que devia amar
E chorei
Ao sentir que iria sofrer
E me desesperar
Foi então
Que da minha infinita tristeza
Aconteceu você

E encontrei em você
A razão de viver
E de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Porque o amor
É a coisa mais triste
Quando se desfaz

O amor é a coisa mais triste
Quando se desfaz




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