quarta-feira, 23 de maio de 2007
Banda Sonora (I)
A «Rádio Crítica» aceitou o desafio e, a convite de Nuno Infante do Carmo, desfila hoje e amanhã a sua «Banda Sonora» no RCP (23:00/00:00).
Fala-se do blogue «Rádio Crítica», de rádio, de música – em particular da escolhida para duas horas de rádio à noite – e homenageia-se um velho programa do antigo FM da Renascença. Oportunidade para escutar canções outrora conhecidas através da Rádio durante as últimas décadas do século XX. Eis a lista de escolhas (1ªparte):
David Sylvian - Taking The Veil
1986: estou a ouvir o antigo FM-Estéreo da Rádio Renascença e o programa «O Último Metro». Foi assim que conheci este tema, ouvindo rádio à noite.
This Mortal Coil - The Jeweller
Teve a mesma origem na minha vida como o tema anterior. A voz de Dominic Appleton é assombrosa nesta versão de um velho tema dos Pearls Before Swine, uma obscura banda norte americana dos anos 60 e 70.
Robert Wyatt - Strange Fruit/Red Flag
A capacidade de Robert Wyatt em tornar canções alheias em canções próprias e com toda a legitimidade. Apropriação legítima, nesta versão do clássico de Lewis Allen (pena que tivessem trocado a faixa na emissão que foi para o ar) e ouviu-se uma parte de “Red Flag”. Ainda assim soberbo, este senhor.
Toda a tristeza do mundo numa só voz. Uma das últimas gravações de Lady Day, com orquestra e final infeliz.
Do album «Songs of Love And Hate». Auto-persecutória, esta canção não é das mais conhecidas de Cohen, mas vale imenso pelas palavras que contém e tudo o que elas podem suscitar em nós.
Uma canção sem voz. Mas é canção porque o piano de Jobim canta. Uma canção perfeita. Insensatez?
Dois em um e uma homenagem à diva de Marco de Canavezes. Cale vem dos Velvet Underground, Eno dos Roxy Music. Juntos num grande momento.
O melhor autor e o melhor trabalho feito em português de Portugal. É a minha opinião. Nunca poderia faltar nas minhas escolhas, embora outros tantos portugueses pudessem aqui figurar.
Jim Morrison - irreverente poeta urbano – numa canção reflexiva e que nos põe a pensar. Afinal, nem tudo é transgressão e sonhar ainda é permitido.
Nick Drake - River Man
O rio correu depressa demais para este homem. Não foi devidamente compreendido no seu tempo e o reconhecimento só veio depois de morrer. Esteve sempre muito sozinho. Talvez a solidão o tenha matado.
Fala-se do blogue «Rádio Crítica», de rádio, de música – em particular da escolhida para duas horas de rádio à noite – e homenageia-se um velho programa do antigo FM da Renascença. Oportunidade para escutar canções outrora conhecidas através da Rádio durante as últimas décadas do século XX. Eis a lista de escolhas (1ªparte):
David Sylvian - Taking The Veil
1986: estou a ouvir o antigo FM-Estéreo da Rádio Renascença e o programa «O Último Metro». Foi assim que conheci este tema, ouvindo rádio à noite.This Mortal Coil - The Jeweller
Teve a mesma origem na minha vida como o tema anterior. A voz de Dominic Appleton é assombrosa nesta versão de um velho tema dos Pearls Before Swine, uma obscura banda norte americana dos anos 60 e 70.Robert Wyatt - Strange Fruit/Red Flag
A capacidade de Robert Wyatt em tornar canções alheias em canções próprias e com toda a legitimidade. Apropriação legítima, nesta versão do clássico de Lewis Allen (pena que tivessem trocado a faixa na emissão que foi para o ar) e ouviu-se uma parte de “Red Flag”. Ainda assim soberbo, este senhor.Billie Holiday - You Don't Know What Love Is
Toda a tristeza do mundo numa só voz. Uma das últimas gravações de Lady Day, com orquestra e final infeliz.Leonard Cohen - Love Calls You by Your Name
Do album «Songs of Love And Hate». Auto-persecutória, esta canção não é das mais conhecidas de Cohen, mas vale imenso pelas palavras que contém e tudo o que elas podem suscitar em nós.Tom Jobim - Insensatez
Uma canção sem voz. Mas é canção porque o piano de Jobim canta. Uma canção perfeita. Insensatez?John Cale & Brian Eno - The Soul of Carmen Miranda
Dois em um e uma homenagem à diva de Marco de Canavezes. Cale vem dos Velvet Underground, Eno dos Roxy Music. Juntos num grande momento.José Afonso - Cantigas do Maio
O melhor autor e o melhor trabalho feito em português de Portugal. É a minha opinião. Nunca poderia faltar nas minhas escolhas, embora outros tantos portugueses pudessem aqui figurar.The Doors - The Crystal Ship
Jim Morrison - irreverente poeta urbano – numa canção reflexiva e que nos põe a pensar. Afinal, nem tudo é transgressão e sonhar ainda é permitido.
Nick Drake - River Man
O rio correu depressa demais para este homem. Não foi devidamente compreendido no seu tempo e o reconhecimento só veio depois de morrer. Esteve sempre muito sozinho. Talvez a solidão o tenha matado.... e amanhã, a segunda e última parte, no mesmo sítio à mesma hora.
#Francisco Mateus 23:00 