segunda-feira, 11 de setembro de 2006

9/11














Há cinco anos aconteceu o que todos vimos e mais o que ainda não sabemos. Todos os media nacionais se viraram para os atentados terroristas e a Rádio, obviamente, não foi excepção. Em 2001, a RDP-Antena1 ainda não tinha a carga noticiosa que hoje possui, pelo que, naturalmente e sem surpresas, foi a TSF a estação de Rádio em Portugal que mais se destacou na cobertura e – principalmente – no pós 11 de Setembro. Isto para concluir duas coisas:

1. Se fosse hoje, a TSF já teria uma forte concorrente a ombrear à altura na cobertura de um acontecimento destes. Dependendo das características do acontecimento e das suas circunstâncias, a Antena1 já assumiria outro protagonismo. Muito à custa de potencial humano que transitou precisamente da TSF. Embora, a meu ver, ficasse ainda muito a dever à Rádio Notícias.

2. A TSF – à semelhança de todos os media que vivem na base da actualidade noticiosa – é uma estação de Rádio que precisa de grandes acontecimentos como de pão para a boca. Foi assim com Timor, foi assim no 11 de Setembro, nas invasões do Afeganistão e do Iraque. Pode parecer sádico e até cruel dizer isto, mas é de uma grande tragédia nacional ou internacional que a TSF necessita para exibir todas as suas capacidades e – aí sim – ser imbatível como sempre foi.
Acontecimentos de grande envergadura, mas que não envolvam tragédia, não são suficientes para causar esse tipo de impacto massivo (Euro 2004; Jogos Olímpicos; Mundial de Futebol; etc.). A TSF é a Rádio dos grandes momentos.
No dia a dia, na previsibilidade da actualidade nacional (ainda por cima num país pequeno onde realmente não acontece nada de verdadeiramente significante), no ram-ram árido do quotidiano, a TSF é rotineira, previsível e repetitiva. O conforto que a previsibilidade oferece tem esse lado chato. Não teria de ser assim e a TSF sabe não ser assim, como ficou muitas vezes provado desde o dia 29 de Fevereiro de 1988. É-o apenas porque actualmente assim o quer. Porque não investe mais profundamente numa programação alternativa a si própria. E todavia, se acontecesse hoje uma tragédia nacional ou mundial, a TSF seria a primeira estação de Rádio a ser procurada pelos ouvintes portugueses. Disso não há a mínima dúvida.
E daqui a cinco anos? Tenho a certeza que continuará a ser assim.



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