quinta-feira, 5 de maio de 2005

lado B

No próximo Sábado à noite vou estar no programa "lado B", na rádio Ocidente. Fui convidado pelo autor do programa para "revelar" o meu "lado B", escolhendo alguns dos temas musicais que mais gosto e, essencialmente, para falarmos de rádio. Vão ser abordados vários ângulos da rádio que se pratica em Portugal e, como sempre acontece nestas ocasiões, muito vai ficar por dizer. Mas não perderei a oportunidade para dizer o que penso, por exemplo, sobre o fenómeno das "play-lists". Na próxima semana colocarei em texto alguns dos momentos do programa, principalmente para quem não pôde escutar a emissão. O programa "lado B", da autoria de Pedro Esteves, insere-se numa série de emissões que encontram espaço em rádios locais (ou regionais, se ocupam mais que uma frequência), onde é menor a miríade de obstáculos à realização de rádio em nome próprio. Mal remunerados ou mesmo não remunerados, os espaços de autoria em rádios locais espalhadas pelo país, vão do melhor ao pior. As rádios e os programas. Mas também há os de eleição, merecedores de maiores palcos. O "lado B" faz parte destes.
É um espaço de uma hora de divulgação musical, audível na grande Lisboa (rádio Ocidente, 88.0 fm / sábado para domingo, 00:00/1:00). Como o nome indica, são outras as músicas seleccionadas pelo autor do programa, Pedro Esteves. Outras paisagens musicais no vasto universo alternativo pop-rock anglo saxónico na sua maioria. No "lado B" sabe-se que toca o quê, de onde vem, o que faz e por ventura para onde vai. Ou seja, não se resigna a ser mera passagem de música, mesmo que diferente. É informação. Fica-se a saber algo mais, e isso é já desde si, uma marca distintiva nos programas que se dedicam a esta matéria, fazendo uso da tecnologia global para publicar alinhamentos, críticas e sugestões disponíveis na internet, embora a rádio Ocidente não esteja on-line. O programa "lado B" tem também, à média mensal, um convidado em estúdio para conversar e "mostrar" o seu "outro lado". Os programas de autoria nas rádios locais gozam de uma liberdade criativa actualmente quase inalcançável nas estações de maior dimensão. Há casos de puro amadorismo, onde ainda se joga com amor à camisola, o que é compreensível e necessário, pois as pessoas que querem fazer rádio têm de
começar por algum lado. Existem programas com longo historial nas pequenas rádios e que já se tornaram "parte da mobília". São marcas das estações que os emitem e têm seguidores atentos e fãs fiéis. Estes realizadores de alma romântica subsistem no éter pelo poder da força de vontade e não pela vontade da força.
O programa "lado B" completa este mês de Maio o primeiro aniversário.

Francisco Mateus



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